segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Orgulho da Nação



Orgulho da Nação

Bastardos Inglórios é mais uma obra do diretor Quentin Tarantino que pega a essência de um estilo de filme, no caso os filmes de guerra, mas rompe e exalta os clichês. Quem tiver esperança de ver um filme de guerra, pode sair decepcionado.

O filme não deixa de ser um filme de guerra, tem a sua formula principal: um thriller, um inimigo, uma missão que reúne todos os personagens, no caso, está missão é finalizar a Segunda Guerra Mundial com a morte dos 4 principais líderes do regime nazista. O que rompe é a forma como os pretendentes a “mocinhos” se colocam ao meio de tudo isto. Além, é claro, da desconstrução dos fatos históricos.

Brad Pitt, como líder dos Bastardos Inglórios, está longe de ser o bom moço de outras épocas. Porém, o herói e “orgulho da nação” da Alemanha nazista fica na figura do bom moço, educado e prestativo que venceu em 4 dias, sozinho, mais de 300 aliados. Outros personagens, como a Shosanna, mostram outras facetas da guerra, uma vingança pessoal que culminará no fim da guerra – história clássica de Tarantino; Goebbels e sua missão de trazer outro estilo de cinema para a Alemanha, que ajude na divulgação dos ideais e da força do regime, além do próprio Hitler e de figuras emblemáticas como o “Caçador de Judeus”.

Ficção e realidade se misturando para um final surpreendente. E este final não podia acontecer em outro lugar,senão o cinema, onde tudo faz sentido.

A morte dos 4 principais lideres do regime nazista no incêndio e explosão do cinema, graças a missão institucional dos Bastardos Inglórios e vingança judia de Shosanna, consolida que a temática da Segunda Guerra Mundial, hoje, pode ser trabalhada das formas mais surpreendentes possíveis, e ninguém melhor que o Tarantino para mostrar isso. O tema deixa de ser “intocável” e dá margem a possíveis interpretações e possibilidades.

Tudo isso claro, com o humor e a violência já conhecidos do diretor, que como pode ser definida em uma fala dita por Raine: “A prática leva a perfeição”. Assim, Tarantino mais uma vez consegue fazer um filme que, seja pro bem ou pro mal, desperta alguma impressão e reflexão.



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