sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Cobertura da Guerra do Iraque – exercício



Nas primeiras edições da cobertura da Folha de S. Paulo, sobre a Guerra do Iraque, observa-se que as reportagens eram desenvolvidas pela redação através das informações enviadas pelos seus enviados – Sérgio Dávila e Juca Varella. Além desse material, também são utilizados manchetes dos principais jornais do mundo, bem como declarações de autoridades dos países envolvidos no conflito. Por meio de vinhetas como “Ataque do império”, podemos examinar a imparcialidade na construção da reportagem. Ao mesmo tempo em que o jornal relata que a invasão ao Iraque, realizada pelos Estados Unidos, foi uma decisão que desrespeitou a ONU, o mesmo ressalta que a atitude faz parte da política adotada pelo presidente Bush, ponderando que o petróleo não é a única razão para o conflito, mas que o arsenal de Saddam Hussein, bem como suas armas químicas e nucleares, seria a verdadeira causa da invasão. Entretanto, tal justificativa nunca foi de fato comprovada.


Especificamente no caso dos correspondentes brasileiros, foi registrado pouca presença destes nos territórios iraquianos. Enquanto os EUA divulgavam por meio do Pentágono um programa para a cobertura da guerra, definindo uma série de regras, como não informar sobre operações em curso, sobre a efetividade do inimigo nem sobre a identidade dos prisioneiros; o Iraque, por outro lado, realçou os aspectos referentes ao impedimento da cobertura, visto que, para estar no país, as empresas jornalísticas tinham que pagar grandes quantias pelos direitos de cobertura, o que influenciou na pouca presença de jornalistas brasileiros e latino-americanos no local. Essa facilidade apresentada pelo governo norte-americano, no entanto, representa um instrumento de manipulação.
O jornalista brasileiro, José Arbex Jr., que cobriu a queda do muro de Berlim e esteve na Guerra do Golfo, falou, em entrevista realizada em 2003, a respeito da falsa idéia de estar havendo uma guerra no Iraque e comentou como a imprensa brasileira legitimou esse discurso:

Alberto Hektor- Para começar nossa conversa sobre a atuação da imprensa na guerra dos EUA contra o Iraque, lembro-me dos seus livros O Poder da TV e Shownarlismo, quando o senhor fala sobre o discurso maniqueísta, construído pelo Governo dos EUA e sustentado por sua imprensa em conflitos passados como o do Golfo em 1991, que se refere ao "bem" (ocidente) contra o "mal" (oriente). Podemos dizer que, nesta guerra, os EUA e sua imprensa estão usando a mesma estratégia?José Arbex Jr. - Dizer que existe uma guerra no Iraque é a maior das mentiras contadas pela grande imprensa (jornais, emissoras de rádio e televisão). Não há guerra, há um morticínio, massacre praticado pela maior potência econômica e militar do planeta contra o Exército Iraquiano sucateado, que foi totalmente mapeado pelos agentes da CIA e pelos inspetores da ONU. Dizer também que está havendo a "libertação" do Iraque, como dizia o selo da rede CNN de televisão (o selo dizia, logo após o início do ataque: A libertação do Iraque começou) é outra mentira. O que os EUA querem fazer é o que fizeram ao longo do século 20, isto é, ocupar militarmente o país e instalar um governo fantoche.

Por:
Aline Moura
Anílson Nascimento
Clarissa Ramos
Érika Natasha Cardoso
Fernando Lima
Inês Aquino
Isabele Luiz
João H. Leite
Juliana Mordis
Luciano Gomes
Milena Sanandres
Nathalia Caude
Nathalia Topini Lucas
Paula de Almeida
Pedro de Moraes
Ricardo Jonard
Rodrigo FampaTalita Teixeira dos Santos

Um comentário:

  1. Apenas corrigindo, o nome que está postado como Isabele Luiz é na verdade Isabelle Nunes

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